Abuso sexual - A violência como doença
Publicado em 2012-08-22 na categoria Absex / Comportamentos


Existem quatro categorias diferentes de abuso sexual: pedofilia, violação, assédio sexual e exploração sexual profissional. Em todas elas, existe a necessidade de tratamento tanto dos abusadores (durante ou após o respectivo castigo penal), quanto das vítimas, porquanto não é raro ocorrer que a vítima se torne num abusador no futuro.

Pedofilia

Sinónimo: abuso de menores, incesto, molestação de menores.

A Pedofilia é um transtorno parafílico, onde a pessoa apresenta fantasia e excitação sexual intensa com crianças pré-púberes, efetivando na prática tais urgências, com sentimentos de angústia e sofrimento. O abusador tem no mínimo 16 anos de idade e é pelo menos 5 anos mais velho que a vítima.

O abuso ocorre em todas as classes sociais, raças e níveis educacionais.

A grande maioria de abusadores é de homens, mas suspeita-se que os  casos de mães abusadoras sejam sub-diagnosticados. Existem 4 faixas etárias de abusadores:

 

  • Jovens até 18 anos de idade, que aprendem sexo com as suas vítimas
  • Adultos de 35 a 45 anos de idade que molestam os seus filhos ou os dos seus amigos ou vizinhos
  • Pessoas com mais de 55 anos de idade que sofreram algum stresse ou alguma perda por morte ou separação, ou mesmo com alguma doença que afete o Sistema Nervoso Central
  • E aqueles que não importa a idade, ou seja, aqueles que sempre foram abusadores por toda uma vida

O sexo praticado com crianças geralmente é oro-genital, sendo menos frequente o contato génito-genital ou génito-anal.

As causas do abuso são variáveis. O molestador geralmente justifica os seus atos, racionalizando que está a oferecer oportunidades à criança de desenvolver-se no sexo, ser especial e saudável, inclusive praticando sexo com a permissão desta. Pode envolver-se afetivamente e não ter qualquer noção de limites entre papéis ou de diferenças de idade.

Quando ocorre dentro do seio familiar (o abusador é o pai ou padrasto, por exemplo), o processo é bastante complicado. Normalmente interna-se a criança para a sua proteção, e toda uma equipe trabalha com o clareamento da situação. Por vezes, a criança é também espancada e deve ser tratada fisicamente. A família divide-se entre os que acusam o abusador e os que acusam a vítima, culpando esta última pela participação e provocação do abuso. O tratamento, então, é inicialmente direcionado para a intervenção em crise.

Depois, tanto a criança, quanto o abusador e a família devem ser tratados a longo prazo.

Devido ao fato de abuso de menores ser um crime, o tratamento do abusador torna-se mais difícil.

As consequências emocionais para a criança são bastante graves, tornando-as inseguras, culpadas, deprimidas, com problemas sexuais e problemas nos relacionamentos íntimos na vida adulta.

Violação

Sinónimo: violência ou violação sexual, ataque sexual

A violação é constranger MULHER à conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça.

O violador é sempre homem e tem sentimentos odiosos em relação às mulheres, sentimentos de inadequação e insegurança em relação à sua performance sexual. Pode apresentar desvios sexuais como o sadismo ou anormalidades genéticas com tendências à agressividade.

A vítima normalmente é estigmatizada, havendo uma tendência social de acusá-la direta ou indiretamente por ter provocado a violação. Sente-se impotente até mesmo em denunciar o violador, que muitas vezes é alguém já conhecido, sentindo-se muito culpada e temerosa de represálias. Muitas vezes, pode sentir que a violação não foi uma violação, que foi uma atitude permitida por ela e da sua responsabilidade. Tal atitude dificulta a denúncia do crime. Os sentimentos de baixo auto-estima, culpa, vergonha, temor (fobias), tristeza e desmotivação são comuns. A ideação suicida também pode piorar o quadro. São comuns sintomas similares ao Stresse Pós-Traumático (Transtorno de Ansiedade comum em soldados pós guerra).

O tratamento da vítima consiste em conscientizá-la de que a violação foi um ataque sexual, um crime, envolvendo pessoa conhecida ou mesmo uma pessoa desconhecida com a qual a vítima possa ter marcado um encontro às escuras.

Assédio sexual

Sinónim: molestamento, coação sexual

O Assédio Sexual inclui uma aproximação sexual não-benvinda, uma solicitação de favores sexuais ou qualquer conduta física ou verbal de natureza sexual.

Existem leis que protegem as pessoas de preconceitos sexuais, tomando-se por base tais situações.

Existem dois tipos de molestamento:

  • Quando existe uma pressão sobre a vítima para esta prestar algum favor sexual ou se submeter de alguma forma por estar hierarquicamente abaixo ao molestador
  • Quando há uma pressão para a vítima sentir-se em um ambiente desagradável por ser do seu sexo específico. Por exemplo, uma mulher ser hostilizada ou não-benvinda por ser uma mulher num determinado ambiente de trabalho, fazendo com que se sinta tão mal a ponto de ter de abandonar o emprego ou permanecer nele com sofrimento

O tratamento para essas vítimas consiste em ajudá-las a tomar medidas legais contra o molestador, treinando-as para identificar quando estão sendo submetidas a esse tipo de abuso.

Exploração sexual profissional

A Exploração Sexual Profissional ocorre quando há algum tipo de envolvimento sexual (ou intimidade) entre uma pessoa que está a prestar algum serviço (de confiança e com algum poder delegado) e um indivíduo que procurou a sua ajuda profissional.

Pode ocorrer em todos os relacionamentos profissionais nos quais haja algum tipo de poder de um indivíduo sobre o outro (assimetria). Exemplos são relações como a do médico-paciente, psicólogo-paciente, advogado-cliente, professor-aluno e clérigo-paroquiano.

Restrições à intimidade sexual entre profissionais da área médica e pacientes são já citadas no juramento de Hipócrates, que data quatrocentos anos antes de Cristo, proibindo esse tipo de atividade sexual. Atualmente, tanto o código de ética médica como o código dos psicólogos postulam os mesmos princípios, considerando seríssimos os danos causados ao paciente.

É sempre muito difícil tratar um paciente que foi explorado por um médico ou terapeuta. Há uma incapacidade da vítima para confiar novamente, impossibilitando a aliança terapêutica, extremamente necessária para desenvolver o relacionamento saudável médico-paciente e a obtenção de sucesso no tratamento.

O profissional abusador também enfrenta muitas dificuldades no seu próprio tratamento. Geralmente busca ajuda somente quando foi delatado e indiciado. Existem ainda poucos serviços especializados e direcionados ao tratamento dessas situações.

 

 
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