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Sexo casual (e gratuito) compromete o sector, que está falido e mal pago Publicado em 2012-07-03 na categoria Sexo100Tabus / Prostituição
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A remuneração aparentemente elevada das prostitutas torna-se irrisória em comparação com a renda da profissão mais antiga do mundo há 100 anos. Ao lado das damas do passado, as actuais trabalham por quase nada. A demanda por prostituição diminuiu nos últimos anos. Não a demanda por sexo. Esta ainda é vigorosa. Mas a prostituição, como sector de actividade, está vulnerável à competição. Quem impõe concorrência às prostitutas? A resposta é óbvia: qualquer mulher que esteja disposta a fazer sexo de graça. Não é segredo que os costumes sexuais evoluíram nas últimas décadas. A expressão “sexo casual” não existia um século atrás (para não mencionar a já fora de moda “amizade colorida”). O sexo extraconjugal era muito mais difícil e envolvia punições mais severas do que as de hoje. As mudanças nos costumes sexuais proporcionaram aos homens maior oferta de sexo gratuito. Ao menos 20% dos americanos que nasceram entre 1933 e 1942 tiveram a primeira relação sexual com uma prostituta. Vinte anos depois, apenas 5% perderam a virgindade assim. E isso não significa que estes homens estivessem poupando energias para o casamento. Mais de 70% tiveram sexo antes do casamento, contra 33% da geração anterior. Assim, o sexo pré-conjugal surgiu como substituto eficaz da prostituição. Evidentemente, a queda na demanda acabou em redução no preço da prostituição ou em menor remuneração às garotas. Se a prostituição fosse uma indústria típica, o sector teria contratado lobistas para combater o avanço do sexo pré-conjugal, que fariam campanha para que fosse criminalizado, ou, no mínimo, tributado com altas alíquotas. Quando os fabricantes de aço dos Estados Unidos começaram a sentir o calor da competição – com produtos mais baratos do México, da China ou do Brasil –, eles conseguiram que o governo impusesse tarifas que protegeram os fabricantes nacionais. Essas tendências protecionistas não são novas. Mais de 150 anos atrás, o economista francês Frédéric Bastiat escreveu em defesa dos fabricantes de velas, pavios, lampiões e tudo relacionado à iluminação, que estariam “a sofrer com a competição selvagem de um rival estrangeiro que trabalha sob condições muito superiores às nossas para a produção de luz, a preços incrivelmente baixos”: o Sol. E exigia uma lei que proibisse os cidadãos de permitir que a luz solar entrasse nas suas casas. (Sim, a reivindicação era uma piada.) Infelizmente, a prostituição não conta com um defensor tão apaixonado, mesmo na base da ironia, quanto Bastiat. E, ao contrário dos setores açucareiro e siderúrgico, tem pouca influência nos corredores de Washington – não obstante, diga-se a bem da verdade, as suas muitíssimas relações com homens de alto coturno nas suítes do governo. Essa falha explica por que a sorte do sector foi tão assolada pelos ventos do livre mercado.
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