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Pode-se ter relações sexuais durante a menstruação? Publicado em 2014-04-30 na categoria Sexiness / Sexo na menstruação
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“Pode-se ter relações sexuais durante a menstruação?” Esta dúvida é muito frequente tanto na população feminina como na masculina. E se nem todas as mulheres ficam confortáveis para abordar o tema com os especialistas, os homens sentem-se ainda mais constrangidos para falar abertamente sobre este assunto. A resposta para a pergunta é “sim”, diz uma médica coordenadora do departamento de ambulatório de sexualidade de um Hospital, ao emendar um complemento para a afirmação. “Mas, para isso, é preciso dar atenção especial à higiene íntima, antes e depois da relação sexual”. Algumas mulheres podem ficar receosas em fazer sexo nesta fase do ciclo por causa dos odores e secreções, típicos do período menstrual. Mas reforçar os cuidados higiénicos na região da vagina e do ânus, afirma a médica, garante mais do que segurança para fazer sexo mesmo estando menstruada. “A limpeza adequada dificulta as infecções e reforça as defesas sexuais que ficam mais frágeis durante o período menstrual”, acrescenta. Os motivos Durante a menstruação, três factores fazem com que as mulheres fiquem mais vulneráveis ao contágio de doenças, explica um ginecologista. “Nesta fase, aumenta a humidade na região da vagina, desequilibra o pH do tecido vaginal e aumenta a descamação da área, o que torna o ambiente propício à proliferação de vírus, bactérias e fungos”, afirma. Promover a higiene íntima é, portanto, aumentar as defesas naturais da mucosa da vagina e “liberar” as mulheres para o sexo na menstruação caso elas queiram (e o parceiro concorde). Os especialistas, no entanto, fazem questão de ressaltar que, em hipótese nenhuma, o hábito substitui o uso da camisinha. Mesmo o uso de preservativo exige higiene reforçada, já que os resquícios de secreção também podem causar outros tipos de infecções. Como fazer? Apesar de parecer um assunto intuitivo e de conhecimento de todos, pouca gente entende de higiene genital e até mesmo os médicos não sabem abordar o assunto com as suas pacientes. Um levantamento feito com 422 especialistas que estiveram num congresso de Ginecologia e Obstetrícia, no ano passado, mostrou que apenas 3% deles falam espontaneamente com as suas clientes sobre higiene da vagina e as formas mais adequadas de limpeza. “São inúmeras publicações que falam sobre a importância de lavar as mãos, por exemplo, e sobre higiene íntima as orientações são praticamente inexistentes”, afirma um médico. “Por isso, sabendo da importância inclusive para a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis como o HPV, elaboramos no final do ano passado o primeiro guia de higiene íntima feminina, voltado para ginecologistas orientarem as suas pacientes.” De acordo com os especialistas, usar sabonetes que não desequilibrem o pH da mucosa vaginal é o primeiro passo para a limpeza adequada. “Neste caso, é importante não usar substâncias neutras (porque o ideal é que a região fique ácida) e também não utilizar sabonetes que exterminam bactérias (antisépticos), porque algumas delas protegem as defesas naturais da vagina”, explicam. No mercado, já existem produtos específicos para a higiene íntima e a orientação é sempre perguntar a opinião dos médicos sobre quais usar. Apesar de serem os mais recomendados para este tipo de uso, os sabonetes íntimos são utilizados por apenas 11% das mulheres, segundo pesquisa feita pela Sanofi-Aventis (laboratório fabricante do Dermacyd). Indicação e corrimentos A higiene íntima benfeita melhora a autoconfiança feminina, dificulta o contágio de doenças e impacta até no desempenho sexual da mulher, mas não pode ser encarada como remédio ou tratamento. “O sabonete íntimo não vai curar o corrimento, caso ele exista, e sim evitar que apareça. Se a mulher tiver com qualquer secreção diferente, ainda que sem cheiro ou cor, é importante procurar o médico antes de usar qualquer produto”, afirmam. “Outro ponto importante é que estes sabonetes não melhoram a lubrificação vaginal, diminuída com a chegada da menopausa principalmente. A relação entre higiene e desejo sexual é que vencido o tabu de odores, as mulheres podem sentir menos pressão na hora de transar, o que facilita o prazer”, completam os médicos. Passo a passo para a higiene intíma - Em dias quentes, procure fazer higiene íntima três vezes por dia. Em dias frios, uma vez; - Faça movimentos circulares suaves e evite trazer resíduos da região anal para a vulva; - Utilize produtos específicos, que façam pouca espuma e que NÃO sejam anti-sépticos; - Secar as áreas lavadas com toalhas de algodão, macias, secas e limpas; - Fazer higiene íntima em excesso é tão prejudicial como não fazer. Esfregar demais a pele da região pode provocar lesões e machucados que favorecem infecções; - Mulheres que já estão na menopausa devem ter atenção especial, pois a mucosa vaginal tende a ser mais fina e a limpeza da área genital pode favorecer o aparecimento de lesões; - Evite usar papel higiénico muito áspero, que pode machucar a pele e deixar resíduos. O ideal é utilizar lenços humedecidos. |
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