Nem sei como voltei para casa. Só sei que peguei o primeiro taxi que passou assim que eu saí da sapataria. E ainda bem que a Veronica deixou algum dinheiro na minha bolsa. Safada! Cheguei a casa sei lá como, com a cabeça a girar. Fui directo para a cama, sentia-me doente. Nem falei com a Cida, a minha empregada. Queria apenas dormir...

Às sete horas em ponto eu estava em frente à loja da Veronica. Ela já estava fechada e com as cortinas de ferro baixadas, tendo apenas uma pequena abertura para passagem. Não consegui entrar. Fiquei parada à espera não sei do quê para adiar o meu encontro fatídico com a vendedora daquela loja. Mas ela viu-me lá de dentro e fez-me entrar. Veronica esperava-me no fundo da loja, totalmente às escuras, somente com as luzes do balcão onde ela estava, acesas.

Depois da tremenda sacanagem que eu fiz com a Veronica, custou-me um pouco a pegar no sono. Mas, na manhã seguinte, eu acordei revigorada. Pronta para enfrentar o dia! Eu ia surpreender todo mundo. Principalmente a Adriana que me chamou na sala dela quando eu já estava a sair do escritório e disse que nós teríamos um almoço super importante com um sujeito que vinha do estrangeiro e estava afim de investir connosco.

As minhas conversas com Veronica continuaram por varias noites seguidas, sempre seguindo o mesmo script: Eu vestia as minhas meias, colocava varias lingeries e corpetes de todas as cores e tipos; brancas, pretas, salmão, cinza, cor-da-pele, rendadas, de tule e cetim. Até luvas longas de cetim eu colocava. E masturbava-me até gozar, ouvindo e obedecendo às exigências de Veronica, que às vezes eram até bem estranhas e deixavam-me pouco à vontade.

Imaginem qual não foi a minha surpresa quando vi que a dita vendedora como colocou o seu endereço de correio electrónico dentro do sapato, pedindo-me para a adicionar no messenger! Mas o que era aquilo? Nessa noite decidir ir até ao meu computador, liguei-o e adicionei o referido contacto. Em segundos abriu uma caixa de diálogo...

Trabalho como secretária e estou a cursar administração de empresas. Trabalho numa financeira ligada a um grande banco de investimentos. Se tem uma coisa que gosto no meu trabalho, é que tenho que estar sempre elegante e bem vestida. E uma coisa que para algumas mulheres pode ser uma tortura, para mim é um deleite: tenho que estar sempre de salto alto. Adoro sapatos de salto!

Depois daquele momento quente e erótico que vivi com a Carolina na casa de banho de sua casa, fui todo o caminho para casa a reviver mentalmente cada segundo. Não conseguia perceber como é que eu me tinha entregue daquela forma tão rápida e fácil. E logo eu que tinha uma relação estável com um homem que adoro e que me adora? O que é que se estava a passar comigo?

O meu nome é Denise, tenho 29 anos e sou casada desde os 18. Confesso que me casei porque estava muito apaixonada e até à data fomos felizes. O meu marido é lindo, fazemos loucuras na cama. O que vou relatar aqui é o começo de uma nova vida. Uma vida cheia de dúvidas, mas também cheia de novos prazeres...

Saímos de casa, entramos no carro, ela conduzia e eu ia no banco do passageiro. Ela ligou o rádio, como de costume, abriu um pouco as janelas, e fomos rodar pelas ruas no dia nublado com um tímido sol entre as diversas nuvens. Não tirava os olhos daquela mulher maravilhosa, com cara de séria de olhos escuros, mas dessa vez, com um grande sorriso estampado no rosto, cabelo escuro, curto acima dos ombros, molhado, a secar com o vento...

Tudo começou no sábado à noite, estava a decorrer uma festa que já durava desde o fim dessa tarde na casa de uma amiga minha e à noite a festa continuou, porém, com menos pessoas. Uns tinham saído para ir para bares e depois discotecas, enquanto outros iam simplesmente para casa.